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Papo de Mochileiros


“Pisciana, publicitária, entusiasta pela fotografia e mochileira”. É assim que Thais Tupper, criadora do blog Papo de Mochileiros se define. E a entrevista da semana é dedicada a todos aqueles que gostam de colocar uma mochila nas costas e rodar pelo mundo.

PUVSR: Para você, qual é a melhor parte de viajar?

Thais: Quando estou planejando a viagem vivo um momento meio “uau, é isso que me espera”. E essa parte é maravilhosa. Faz com que a ansiedade aumente e eu queira que os dias passem muito mais rapidamente. Quando a viagem começa eu já fico sofrendo e rezando pros dias passagem mais devagar. No meu ponto de vista o planejamento é a melhor parte. Viajar é só a consequência do que eu faço por muitos meses rs.

PUVSR: Você comenta no seu blog sobre a diferença de ser mochileiro e viajante (particurlamente achamos o máximo essa definição). Como é isso?

Thais: Mochileiro é aquele cara que quer marcar pontos no mapa e economiza tudo que for necessário pra que isso aconteça. Eu acho incrível. Você conhece muita gente, dorme em rodoviária, come mal, divide quarto, cozinha no hostel, passa perrengue na estrada...e no final das contas tá tudo lindo porque o objetivo é rodar por aí com uma mochila pendurada nas costas. Às vezes você só sabe quais lugares quer passar e deixa a vida te surpreender pelo caminho. Ser viajante é um pouco diferente. Tem uma vida mais tranquila, dorme em hotel, come bem, visita vários pontos turísticos, valoriza o conforto e o relaxamento muito mais do que conhecer vários lugares em uma mesma viagem. Você praticamente faz aquele "pacote turistão" e não anda de ônibus, não bate perna e não gasta a sola do sapato. Já fiz os dois modelos.

Alguns lugares pedem mais a mochila...outros pedem mais o modelo turistão. Ambos são ótimos, mas tento ficar no meio termo ultimamente. Busco o conforto, mas tento conhecer o máximo de lugares possível, economizo com comida e hospedagem e durmo pouco.

PUVSR: Qual foi a viagem mais inesquecível que você fez até agora e porque?

Thais: Cada uma delas teve um peso diferente na minha vida. Viajar pela América do Sul foi incrível, quase um tapa na cara pra quem estava desacreditada da vida e achava que o Brasil era uma bosta. Também foi minha primeira viagem internacional para um lugar que eu não falo o idioma. Tive que me virar e voltei orgulhosa por ter passado tão bem por todos os perrengues. Também tento conhecer melhor o Brasil hoje em dia. E isso eu não fazia antigamente porque não achava que tivesse algo bom por aqui. Isso é um enorme engano. O Brasil é lindo demais e me orgulhei muito de visitar Bonito, ter um contato incrível com a natureza e ainda ter a certeza de que é um lugar com padrão gringo de conservação. Lá as coisas funcionam mesmo. Mas sem dúvida alguma, minha viagem mais inesquecível foi para a Califórnia, no ano passado. Além de ser o lugar incrível que todo mundo já sabe, todo dia eu tinha uma surpresa diferente. Todos os dias eu perguntava “o que mais pode ser incrível depois de hoje?”. Também foi o lugar onde fiquei noiva e isso marcou muito a viagem, até porque isso aconteceu na primeira cidade que estivemos e a que mais gostamos, San Francisco. Muita gente acha que viajar em casal não é legal e tá aí a prova de que não é bem assim que as coisas funcionam. Foram 21 dias magicamente incríveis. Pra quem não acha bom, tá faltando amor. Só isso.

PUVSR: Como mochileira, acredito que você adora um Hostel. Qual foi o albergue mais legal que você ficou? E o pior?

Thais: Ih, hora do merchan. Fiquei em muitos hostels legais. Em Buenos Aires fiquei em dois muito bacanas. O America del Sur (que é mais arrumadinho e tem cara de hotel) e o Hostel Suites Florida, que já é mais pra garotada e mais central. Tem festas e tudo mais. O pior de todos foi o Tango City, no Palermo. Além de ser muito compartilhado e muita gente nos quartos, é meio sujo e tem gente que mora por lá. Então você acaba incomodando as pessoas que querem dormir. Não que você esteja errado. Errada é a pessoa que quer compartilhar um quarto com 8 pessoas e ter conforto rs. Fiquei em um outro que era pior ainda do que esse, mas como só fiquei um dia, nem lembro o nome. Tudo que lembro é que ficava na frente do América del Sur em San Telmo e que o sol batia no rosto todo dia de manhã. Ar condicionado? Esquece rs

PUVSR: Qual foi o maior perrengue que já passou durante uma viagem?

Thais: Alguns. Já passei pela Estrada da Morte e achei que ia realmente morrer. Já bebi água da torneira porque não era indicado sair na rua de noite e corri risco de pegar cólera na Bolívia. Já vi o exército entrando no ônibus pra pegar traficante em La Paz. Provavelmente o pior de todos foi uma infecção gastrointestinal que eu tive na véspera de ir para Machu Picchu. Não dá pra esquecer desse dia. Passei a noite acordada e a recepcionista bateu na porta do quarto perguntando se estava tudo ok com a descarga do vaso sanitário. Quando disse que estava passando mal ela me ofereceu chá de coca. E no café da manhã eles fizeram sem eu nem pedir. Foi o pior dia porque meu corpo estava debilitado e passei o dia seguinte inteiro visitando sítios arqueológicos e querendo vomitar. Além de tudo isso, tinha a altitude que era terrível.

PUVSR: Quais são os itens que NUNCA podem faltar na sua bagagem?

Thais: Minha câmera. Costumo levar uma mochila inteira com equipamentos fotográficos. Não admito não registrar a viagem. Até tiraria roupa da mala de fosse necessário para levar as câmeras. Tem muita gente que não gosta, mas eu não abro mão. Adoro imprimir as fotos e montar álbuns. Revejo as fotos mais legais às vezes apesar disso ocupar um espaço danado no armário. Além disso, remédios de uso contínuo (você vai precisar com certeza), um iPad para descarregar as fotos e mostrar pra família que está tudo bem e só. É o suficiente.

PUVSR: Qual a dica que você dar para quem quer tentar fazer um “mochilão” e largar os “luxos” de um viajante?

Thais: Ir com a cabeça aberta para conhecer novas pessoas, compartilhar ambientes e experiências. Se você for sozinho provavelmente vai fazer amigos pra vida toda que vão durar 1 semana ou menos. Pessoas que possivelmente você nunca mais vai rever e outras que por afinidade vão mesmo fazer parte da sua vida. Isso aconteceu comigo algumas vezes. Além disso, deixar as roupas de marca em casa, os saltos altos e as frescuras. Você não vai mesmo usar e só vai ocupar espaço. No lugar disso, coloque 1/3 da quantidade de roupas suficiente para os dias que você vai ficar. Leve um par de botas confortável que proteja seu pé, um par de tênis e um par de chinelos. Não se esqueça de um casaco, uma calça confortável, um protetor de ouvidos e um cachecol. Na América do Sul, por exemplo, até mesmo no verão faz frio em alguns lugares por causa da altitude. E como muitos lugares são bem humildes você pode ter dificuldade para achar alguns itens. Lugares com gelo ou deserto de sal também precisam que você use óculos de sol, protetor solar e protetor labial. O sol que bate nas superfícies brancas reflete e além de causar queimadura solar ainda podem causar cegueira. É melhor não dar mole. Compre um bom guia de viagem para o destino que você está indo e arrume a mochila. Isso tudo deve ser suficiente rs.

Quer saber mais?

Instagram: @papodemochileiros

facebook.com/papodemochileiros


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